Quando falamos sobre tendências e mudanças de consumo, estamos lidando com uma ampla gama de conceitos que se reinventam e ressignificam de tempos em tempos. Os hábitos de consumo, a publicidade e até mesmo o capitalismo são fenômenos em movimento e que mudam suas características, necessidades e peculiaridades com frequência. O consumidor vem mudando o seu comportamento em consequência a vários fatores externos e que impactam todo o sistema de compra e venda de produtos e serviços. Já pensou como essas mudanças afetam diretamente a sua marca?
Este artigo aborda as principais tendências e mudanças de consumo nos últimos anos. E por isso, resolvemos enveredar para tópicos e informações que fujam dos discursos comuns que você já deve conhecer. Neste texto, você irá ler sobre:
- O que os consumidores estão procurando nas marcas
- A ciência criativa do “Do It Yourself”
- A maneira em que a revolução digital é vista hoje
- Como a pandemia do COVID-19 impactou o consumo
- Como as empresas estão lidando hoje com a pandemia
- O WhatsApp como ferramenta de vendas
- A força do consumo consciente
- A popularização das empresas SaaS
Consumidores assumindo o controle
As pessoas estão cada vez mais buscando autenticidade em marcas, produtos diferenciados e experiências em que possam expressar suas individualidades. É o que diz o estudo da empresa de pesquisa de mercado Euromonitor International, feita em 2019. Além disso, elas estão ficando mais conscientes de suas compras, muitas se sentem especialistas e autossuficientes – o que pode ser um desafio e tanto para as empresas. Em países em desenvolvimento, os consumidores estão reavaliando os seus hábitos de consumo, optando por alternativas mais sustentáveis, buscando simplicidade e abandonando o materialismo exacerbado.
Nesse sentido, várias marcas começaram a desenvolver produtos que atendessem a essa necessidade. A Osklen criou coleções utilizando seda orgânica tingida com corantes naturais, tecidos recicláveis e algodão orgânico; a Dobra criou carteiras feitas com um tipo de papel 100% reciclável; a Faber Castell criou uma linha de Eco-Lápis que utiliza madeira proveniente de florestas gerenciadas de forma sustentável. E isso é só o começo!
A ciência criativa do “Do It Yourself”
O DIY (“Do It Yourself”, em português: “Faça Você Mesmo”) se tornou uma grande oportunidade para as pessoas criarem suas próprias soluções em decorrência das suas necessidades. Com acesso à informação, elas aprendem novas habilidades e rapidamente se tornam “especialistas” em determinada área, e dessa forma, podem sanar certas demandas que possuem. Para elas, o custo-benefício de comprar materiais (ou usar o que têm em casa) para criar um produto que precisam é mais relevante do que ir à loja e comprar tal produto pronto. Isso se torna uma cadeia de repetição que pode ser passada adiante para outras pessoas: tutoriais e passo a passo ganham notoriedade aqui.
Mas o DIY também funciona para produtos que podem ser instalados pelo próprio consumidor. Até por que, quem nunca tentou montar algo por conta própria? Foi pensando nisso que a Tecnotri desenvolveu cisternas verticais modulares que podem ser instaladas pelo próprio consumidor – sem a necessidade de uma empresa terceirizada que faça este processo.
(A instalação de cisterna como forma de Do It Yourself. Vídeo produzido pela Loopa)
A Revolução Digital de todos os dias
Em 2020, falar sobre “transformação digital” já se tornou um assunto ultrapassado, já que esse conceito pautou muitos discursos que hoje se tornam repetitivos. Mas ele vem ganhando ressignificações imediatas e muito dinâmicas. Segundo o G1, a transformação dos meios digitais evoluiu de facilitador da comunicação à criação de novas formas de interação. Isso irá criar novas experiências e moldará a maneira em que os consumidores se conectam e colaboram. Com o surgimento de novas mídias, redes sociais e demais canais digitais, cabe às marcas se adequarem para estar mais próximas de seus públicos.
E muitas delas fazem isso: iFood manda cupons de desconto através de notificações, envolvendo memes e bordões engraçados; no Twitter, o perfil da Magalu lança cupons de desconto para o App; McDonalds e Burger King possuem plataformas com várias promoções e combos.
O consumo em tempos de pandemia
A pandemia do COVID-19 trouxe grande instabilidade para o nosso país desde março deste ano. A crise que começou na saúde se alastrou para vários outros setores, como o da economia. Muitas empresas adotaram o home office como forma de trabalho; outras tiveram que fechar suas portas e, provavelmente, todas tiveram que se adaptar de alguma maneira. Comprar pela internet já era uma tendência crescente nos últimos anos – agora com a pandemia, ficou ainda mais forte. O Jornal O Globo estima que o e-commerce ganhou ao menos 4 milhões de novos clientes (com destaque para as plataformas digitais do Magazine Luiza, Olist, Netshoes e Zattini).
Por outro lado, de acordo com o Grupo Consumoteca, o isolamento social está fazendo as pessoas comprarem menos por impulso: a decisão agora é mais pensada. O delivery também teve um aumento considerável, e a relação entre público e marca se estreitou principalmente para os canais digitais. As marcas que já tinham uma presença online consolidada – assim como um ambiente de e-commerce – tiveram mais facilidade; já as demais, tiveram o desafio de se adaptarem.
Condições especiais para aproximar
Uma medida usada por muitas empresas nessa época de pandemia é conceder condições especiais – porém mais que bem-vindas – para seus clientes. É o caso do Pão de Açúcar, que oferece horário de atendimento exclusivo para idosos em lojas da sua rede; do iFood, que criou uma política de delivery onde não é necessário o contato com o entregador; da Nubank, que reduziu o seu índice de juros para mais de 80%; do Airbnb, que atualizou suas regras de cancelamento de reservas para que não haja penalidades, entre muitas outras.
WhatsApp como facilitador de vendas
O WhatsApp tem se tornado cada vez mais um canal direto de vendas. Desenvolvido para a comunicação entre pessoas, hoje se tornou o aplicativo mais baixado pelo brasileiro, além de receber atualizações frequentes que beneficiam as vendas. Empresas impactadas pela pandemia podem usar o WhatsApp para divulgarem seus produtos e serviços, criando links personalizados e adaptados para determinada venda. Segundo o NeoFeed, o aplicativo une a escalabilidade da tecnologia com o atendimento de um vendedor real e que dá assistência ao consumidor. A Reserva (marca de roupas) é um ótimo case que deu certo: cerca de 500 vendedores da marca se relacionam diretamente com os clientes através do WhatsApp.
A força do consumo consciente
O consumo consciente vem crescendo cada vez mais no Brasil, principalmente entre as novas gerações de consumidores. Acompanhar e comprar de marcas “eco-friendly” é uma prática muito comum entre aqueles que querem seguir a premissa do “menos é mais” e de empresas que respeitam o meio-ambiente e os animais. E isso não funciona somente quando refletido no posicionamento da marca, mas também quando está intrínseco no desenvolvimento dos produtos. Opções sustentáveis, recicláveis, veganas e que não agridam o ecossistema ganham uma crescente prioridade entre os novos consumidores. E com isso, marcas que não respeitam esses atributos são “canceladas” por essas pessoas e, consequentemente, pelo forte apoio da mídia.
Segundo o The Wall Street Journal, a empresa Forever 21 (marca americana de fast fashion e que possui lojas no Brasil) recorreu à lei de falências nos Estados Unidos, fechando 350 de suas lojas. Isso, de acordo com o El País, serve como um alerta para a indústria da moda de baixo custo, pois os jovens não estão mais interessados em um modelo de consumo tão pouco sustentável. Outro problema também foram as limitações da presença da marca no ambiente digital.
A crescente popularização do SaaS
Nos últimos anos, empresas SaaS (software como serviço) vem dominando o mercado. Elas trazem grandes benefícios para o consumidor, principalmente nesta época de pandemia: menor custo para utilização, acesso em qualquer lugar (tudo o que você precisa é de internet), atualizações automática, recursos personalizáveis e integrações com outros sistemas. A Netflix, por exemplo, é um grande exemplo de empresa SaaS: ela oferece um sistema de streaming que é pago mensalmente pelo consumidor, que não precisa baixar nada, apenas entrar no site e acessar sua conta.
Para empresas de modelos tradicionais, como a indústria, o formato serve de exemplo para repensar os negócios com foco total na experiência do cliente, que se torna um consumidor fiel e advogado da marca, afinal, fazer uma venda para um cliente é 7x mais barato do que conquistar um novo.
Pensar na experiência do seu cliente e buscar formatos que tragam recorrência e escalabilidade para seu negócio é fundamental nos dias atuais. Além disso, estar em sintonia e conexão com o seu cliente, fazendo uso da comunicação digital, análise de dados e personalização da comunicação, focando sempre no seu consumidor, fará toda diferença para o crescimento do seu negócio.
Gostou deste material? Viu como as empresas estão se adaptando às tendências e mudanças de consumo? Esperamos ter proporcionado insights e aplicações práticas para você iniciar a mudança na sua indústria.
Continue lendo os conteúdos do nosso blog: veja como construir o propósito da sua empresa e como aplicar o Golden Circle para a sua marca.
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