O trabalho é um fenômeno social e cultural, intimamente conectado com os valores e costumes de cada sociedade. Desse modo, o futuro do trabalho e a maneira que as pessoas se relacionam com ele sempre está suscetível a mudanças e influências externas.
A maior prova disso é a quantidade de vezes que a configuração do trabalho se modificou na história da humanidade, desde as sociedades agrícolas e feudais, até a revolução industrial e tecnológica.
Em outras palavras, se os aspectos que definem a identidade de um grupo se modificam, o trabalho também se modifica. Nesse sentido, alguns fatores que podem provocar essas mudanças são:
- Novos paradigmas ou valores do grupo
- Causas naturais, por exemplo: pandemias e mudanças climáticas
- Avanços tecnológicos
- Influência econômica e governamental
Qual a influência da pandemia no futuro do trabalho?
Desde o início da pandemia no Brasil, em março de 2020, a realidade do trabalho sofreu grandes transformações. A possibilidade de contágio em locais públicos foi apenas um dos motivos que levou muitos empresários a repensarem os negócios e o cotidiano no trabalho.
Além disso, outros fatores contribuíram para a adoção de uma nova lógica trabalhista, por exemplo:
- O impacto econômico dos comércios fechados
- A necessidade de redução de gastos
- A interrupção ou mudança na maneira de oferecer um serviço
- As novas modalidades de contratação
- A necessidade de adaptação ao mundo digital
Assim, a palavra-chave desse momento pode ser: flexibilidade. Por isso, vamos falar sobre algumas tendências que prometem se consolidar no mercado de trabalho dos próximos anos. Continue lendo o artigo para saber mais.
5 tendências para o futuro do trabalho no pós pandemia
1. Trabalho híbrido
Diversas regras foram propostas para promover a distância social e reduzir aglomerações no ambiente de trabalho ao longo da pandemia.
Nesse sentido, algumas empresas adotaram modelos de trabalho híbrido, ou seja: alguns dias na sede da empresa, outros dias fora dela. Esse modelo permite um “rodízio” de pessoas reunidas no escritório, evitando que toda a equipe esteja presente no local de trabalho ao mesmo tempo.
O modelo híbrido já se apresentava como tendência para o futuro do trabalho, principalmente por causa dos avanços tecnológicos e ferramentas de comunicação a distância. A pandemia, por sua vez, apenas auxiliou para acelerar essa mudança.
Atualmente, esse modelo faz parte da realidade de muitas empresas do mundo, já que se apresentou como uma solução eficaz para manter os negócios funcionando em períodos de crise. Além disso, ele também oferece autonomia ao colaborador, que pode escolher ir ao escritório ou trabalhar em um café, co-working ou em casa, de acordo com as atividades e prioridades do dia.
2. Trabalho home office
O trabalho home office é mais uma tendência que está se espalhando pelas empresas do país. Aliás, uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Teletrabalho e Teleatividade realizada em 2019, afirmou que 45% das empresas do Brasil já adotavam o sistema home office na época.
Mas afinal, o que é home office?
O termo significa “escritório em casa”. Nessa modalidade, o trabalhador realiza suas atividades em sua própria residência, fora de uma sede ou escritório fixo da empresa.
Durante a pandemia, na tentativa de reduzir custos, muitas empresas abriram mão de seus pontos comerciais e, além disso, transferiram a equipe para o trabalho 100% remoto.
Os principais benefícios do home office são:
- A redução do turnover, que é a taxa rotatividade de colaboradores
- A economia em custos operacionais por parte da empresa.
- A redução do estresse
- O aumento da produtividade dos colaboradores que trabalham em casa.
Por outro lado, os desafios do trabalho home office incluem a adaptação dos colaboradores, a capacidade de comunicação e interação social através de dispositivos eletrônicos, o aumento das contas de água e luz na residência e o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal.
3. Freelancers e serviços terceirizados
Uma das maiores consequências da pandemia, foi o grande número de demissões como tentativa de redução de custos por parte das empresas. Outros profissionais, por sua vez, escolheram se retirar do trabalho formal ou presencial para priorizar a própria saúde e a da família.
Em resposta a esse cenário, o número de freelancers e prestadores de serviço terceirizados cresceu muito no último ano. Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Economia mostrou o significativo aumento de 8,4% de microempreendedores individuais em 2020, em relação a 2019.
Outro fator que bastou para consolidar o home office no mundo dos negócios, foi a facilidade de cadastro oferecida pelas plataformas online de “freelas”. Nessas plataformas, a empresa se cadastra como contratante, enquanto o freelancer pode cadastrar o tipo de serviço que oferece. A partir daí, contatos e oportunidades de trabalho podem surgir, livres da formalidade e exclusividade da carteira assinada, ou seja, uma ótima alternativa para o período.
A tendência é que o número de freelas e terceirizados aumente cada vez mais, dada a facilidade do processo de contrato e a flexibilidade que o modelo de trabalho permite.
4. Busca por trabalhos com propósito
Ficar em casa durante os dias de isolamento fez com que muitas pessoas se conectassem com valores, sentimentos e afazeres que acabavam ficando de lado na correria do dia a dia. Nesse sentido, observa-se cada vez mais a busca por marcas, empresas e projetos que ofereçam, além de boas condições de trabalho, um propósito.
Empresas com uma missão bem apresentada, posicionamento sólido e causas bem estabelecidas tendem a se destacar cada vez mais no mercado do futuro.
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5. Valorização da saúde mental no trabalho
Os últimos tempos foram repletos de mudanças e instabilidades no cenário econômico, social e cultural.
De um lado, muitos indivíduos sofreram perdas irreparáveis e ainda estão elaborando o seu processo de luto. O contexto, por sua vez, exigiu que adaptações fossem feitas de maneira inesperada, praticamente forçada, tanto a nível individual quanto grupal.
Como consequência, observa-se o aumento do estresse e a alta incidência de crises emocionais entre as pessoas. O ambiente de trabalho, quando não é a causa das crises, sem dúvidas é afetado por elas. Por isso, valorizar a saúde mental tende a ser um pré-requisito para o futuro do trabalho no pós pandemia.
A iniciativa visa construir um ambiente de trabalho humanizado e harmônico, para que as pessoas se sintam seguras e acolhidas, independente de ser presencial ou remoto.
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